LEISHMANIOSE TEGUMENTAR (LTA)
Doença: Leishmaniose
Tegumentar Americana (LTA)
Local da doença: América
Latina, Ásia e África.
Nome Popular: “úlcera de bauru”, “nariz
de tapir”, “ferida brava” e “botão do oriente”.
Agente Etiológico: No
Brasil as LTA cutâneas encontradas são a L. amazonensis, a L.
braziliensis e a L. guyanensis. A L. amazonensis é encontrada
na Bahia, norte de Minas Gerais, Goiás e toda região norte. A Leishmania
braziliensis é encontrada na Bahia, norte do Paraná, Minas Gerais, interior
de São Paulo, Rio de Janeiro e Espirito Santo. Já a Leishmania guyanensis
é encontrada em toda região norte.
A LTA cutânea é causada por
protozoários da família Trypanosomatidae, ordem Kinetoplastidae,
gênero Leishmania e sub-gêneros Leishmania e Vianna.
A leishmaniose mucosa é um dos
tipos clínicos da LTA. O principal agente etiológico é a Leishmania (viannia)
braziliensis, apesar de outras espécies já tenham sido identificadas como
causadoras.
Formas do parasito:
promastigota (encontrada no tubo digestivo do inseto vetor) e amastigota.
Vetor biológico: O vetor, ou seja,
o agente transmissor do protozoário, é a fêmea infectada do mosquito Lutzomyia, conhecido
popularmente por mosquito-palha, birigui, tatuquira ou cangalha, um inseto bem pequeno que
permanece com as asas levantadas durante o pouso.
O mosquito transmissor da LTA
cutânea é da subfamília phlebotominae, e do gênero phlebotomus na
Ásia e Lutzomyia, na América.
Hospedeiros:
·
Hospedeiro definitivo: homem
·
Hospedeiro intermediário: mosquito (fêmea)
– Gênero: Lutzomyia (Flebótomos), mosquito palha ou birigui.
Reservatório: Roedores,
marsupiais silvestres e animais domésticos podem servir de reservatório para os
parasitas.
Modos de Transmissão: A transmissão
ocorre tanto nas matas quanto nas imediações dos domicílios, especialmente
nas proximidades das áreas em que foi destruída a vegetação nativa.
Profilaxia: De acordo com o Manual de Vigilância Sanitária publicado pelo Ministério
da Saúde, algumas medidas simples podem prevenir o risco de transmissão da
leishmaniose. Portanto:
*
Lembre-se de usar produtos repelentes de insetos nos ambientes que
favorecem o desenvolvimento de mosquitos vetores do protozoário;
* Evite a
exposição nos horários em que os mosquitos estão mais ativos, ou seja, ao
amanhecer e no final da tarde;
* Coloque
mosquiteiros ao redor das camas, e telas na portas e janelas;
*
Conserve limpos quintais e terrenos baldios próximos das casas a fim de
evitar criadouros de insetos;
*
Dê destino adequado ao lixo doméstico. Isso ajuda a manter afastados
roedores que podem servir reservatório dos parasitas;
*
Mantenha a distância de pelo menos 400 ou 500 metros entre as residencias
e a mata nas áreas de maior risco;
* Cuide da saúde do seu cão.
Existem serviços veterinários públicos voltados para o atendimento dos animais
domésticos de maneira geral.
Diagnóstico Clínico: LTA
cutânea - O período de incubação da doença varia de 15 dias até dois meses.
Essa inicia-se com um nódulo cutâneo pruriginoso que evolui para uma úlcera
pouco dolorosa, arredondada ou oval, rasa, com os bordos elevados. A úlcera
apresenta-se com um aspecto de fundo granuloso, que pode ser exsudato o ou
seco, e o tamanho varia, podendo chegar até 10 cm.
LTA mucosa - Esse tipo de
leishmaniose mucosa é subsequente de lesão cutânea não tratada e o principal
local de acometimento são o septo nasal e a cavidade oral. Diferentemente da
cutânea, nessa forma não há cicatrização natural, a doença é progressiva e
destrutiva. Pode ocorrer perfuração de septo nasal, acometimento dos seios da
face podendo chegar ao ducto lacrimal e córnea. No palato (popularmente
conhecido como céu da boca), as lesões são extremamente dolorosas dificultando
a ingestão de alimentos. Além disso, pode haver o comprometimento da laringe
com eventual aspiração de alimentos e líquidos para os pulmões ou das cordas
vocais, acarretando rouquidão.
Diagnóstico Laboratorial:
LTA cutânea - O diagnóstico da LTA se dá através da análise de biópsia das
lesões sugestivas, pelo teste de Montenegro ou exames sorológicos.
LTA mucosa - O diagnóstico pode
ser feito através da Reação Intradérmica de Montenegro, testes sorológicos,
biópsia entre outros.
A Reação Intradérmica de
Montenegro, consiste em injetar na pele do paciente uma solução contendo
antígenos da doença (Leishmania) inoperantes ou partes destes. Após inocular
ocorre uma reação de hipersensibilidade que pode ser medida através da presença
de inflamação, vermelhidão ou mesmo erupções cutâneas características, na pele
do paciente após a injeção. Nos pacientes não infectados espera-se pequena
(inferior a 5 mm após 48 horas decorridas da aplicação) ou nenhuma reação
inflamatória. Nos pacientes infectados os quais já foram imunológicos ativos a
reação é mais intensa, podendo haver pequenas ulcerações na pele.
O
diagnóstico baseia-se no aspecto clínico das feridas e no achado dos seguintes
testes laboratoriais:
1) exame
parasitológico direto e biopsia que determinam a presença, ou não, do parasita
em amostra de tecido retirada das bordas das lesões;
2) reação intradérmica de Montenegro, de caráter imunológico, que
registra se a pessoa entrou em contato com a Leishmania.
Resultado positivo, porém, não indica necessariamente que ela seja portadora da
doença.
O diagnóstico diferencial com outras doenças de pele é indispensável para a eficácia do tratamento.
O diagnóstico diferencial com outras doenças de pele é indispensável para a eficácia do tratamento.
Tratamento: O tratamento é
feito com drogas leishmanicidas, sendo as principais a meglumina e
estibogluconato.
Em alguns
casos, lesões da leihmaniose tegumentar podem regredir espontaneamente ou com o
uso de medicamentos convencionais. No entanto, qualquer ferida na pele que
custe a cicatrizar exige avaliação médica especializada.
O SUS oferece tratamento gratuito para
a doença, que requer indicação de medicamentos específicos e acompanhamento
especializado até a alta definitiva. A droga mais utilizada é o antimonial
pentavalente, mas existem outros esquemas terapêuticos, alguns sugeridos pela
OMS para padronizar o tratamento.
Sintomas: LTA cutânea -
Quando a lesão cutânea é única e denominada Leishmaniose cutânea localizada.
Ainda lesões próximas as quais não ultrapassem 4 lesões são consideradas
localizadas, mas quando se apresentam com numerosas lesões é denominada
Leishmaniose cutânea disseminada. Os locais mais acometidos pela LTA são a
face, região da orelha e membros.
Esse tipo de leishmaniose mucosa
é subsequente de lesão cutânea não tratada e o principal local de acometimento
são o septo nasal e a cavidade oral.
Ciclo de Vida: Ao mosquito
picar o hospedeiro vertebrado, no local da picada deposita as formas
promastigotas. Após a picada a resposta imune é desencadeada, atraindo
macrófagos e neutrófilos ao local. Quando as formas promastigotas conseguem se
aderir a superfície dos macrófagos, elas são fagocitadas, perdem o flagelo
dentro do vacúolo parasitóforo, fundem-se aos lisossomos e ao se transformarem
em amastigotas se multiplicam por divisão binária. Para que a doença ocorra
essa está dependente da resposta imune do hospedeiro. Todo o processo imune
desencadeado acarreta na formação de um infiltrado inflamatório que promove a
formação ulcerosa cutânea, que dá o aspecto da lesão.
Referência
de Pesquisa
Imagem e Texto
Google
Google Acadêmico
Livro: Relação Parasita e Hospedeiro - KLS
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